sexta-feira, novembro 25, 2005

Elogio à bolada nos Países Baixos

Aloooco, liguei seo Desidério Erasmo, o de Rotterdam à bolada no saco... Hãn? Hãn? Got it? Espero que sim. Venho por meio desta explicar a as benesses de se levar um chute ou bolada nas ‘partes’. Aí vai o relato mais antigo que eu lembre disso tudo. Volta às aulas, segunda série, vam’bora jogar bola.

Estava um jogo mui equilibrado e, depois de um bate-rebate, a bola vai em direção ao goleiro. Por um cálculo rápido, eu – banheira de última hora -, achei que se corresse bastante, seria capaz de chegar na pelota antes do arqueiro adversário. É engraçado a quantidade de decisões você consegue tomar em um espaço tão curto de tempo. Conforme a ação se desenrolava, o cérebro funcionava. “Vou conseguir! tá quase! putz não vai dar! ele vai chutar em vez de agarrar! Vou dividir? Será que vou de frente? Vou virar de costas! Ah nem vou! Putaquepariu! Ai com dói! Burro! Devia ter pulado de costas...”

Engraçado que levar uma bolada no saco iguala a espécie humana. Já reparou que, não importa quem esteja jogando, Atletiba, Fla-Flu, Grenal, Ba-Vi Judeus vs Palestinos, tucanos vs petistas, time do he-man x time do esqueleto. Em todas estas pelejas, sem exceção, se acontecer um acidente desses, todo mundo pára pra acudir, não sem antes soltarem aquele solidário ‘ouch’! Não existe homem na face da terra que não dê aquele apoio moral, mesmo que, por dentro, esteja pensando: “Sorte que não foi comigo...”

Daí dá pra dizer que, mesmo de um caso sério e dolorido como esse, dá pra ver que algumas vezes, em algum momento, todo mundo esquece as diferenças. Claro que logo depois a bola (de futebol) volta a rolar e “tua mãe não é homem” é o xingamento mais ameno que se escuta.

Dizem que a dor de uma bolada dessas tem igual grau de dor de uma bolada nos seios, no correspondente feminino. Quem pode comparar? Só se um ser nascido hermafrodita quiser se sujeitar a esse experimento... Só sei dizer que dói. A dor mais lazarenta, aguda, com duração eterna, e que, numa batalha de vida ou morte, você chega e diz: “vai, pode matar, eu não farei nada diferente de levar as minhas duas mãos para o local, deitar no chão e clamar por uma morte rápida, que faça eu me livrar desta dor dos infernos...”. Ah! E que no inferno eu passe a morar num caldeirão fervente e não acorrentando na parede com belzebuzinhos dando bicudas no meu saco... Aí sim seria o inferno.

E, para os que têm medo do inferno, tenho quase certeza que se ele existe, é assim que vai ser, seu pecador!!! Acho que padres, pastores e afins deviam usar destas ameaças para fazer com que o pobre menino indefeso não faça mal-criações e siga os dez mandamentos direitinho. “Amar a deus sobre todas as coisas... contanto que ele não permita que eu vá pro inferno com aqueles chifrudos, munidos de pernas de Roberto Carlos, treinem faltas com o meu amiguinho como alvo...”.

Depois do ocorrido eu fiquei na lateral do campo, deitado em posição fetal, maldizendo minhas decisões e pensando, "meu deus, como dói isso!!"

1 Comments:

At 11:45 AM, Blogger Priscilla said...

Tadinhooo :(

 

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