quinta-feira, novembro 03, 2005

Pistas

Foram três os locais mais utilizados para corridas de carrinho de rolamento. O primeiro, e que meu irmão gostava mais, era na calçada da rua que passava ao lado do museu, igreja matriz e salão paroquial da principal casa católica de deus da cidade. Segundo o Fefedo, era lá que ele pegava mais velocidade, por ser sobre uma superfície de cimento e limpa.

Ele se achava o gostosão poderoso por apavorar os piás que moravam nas redondezas e que o achavam maluco por usar um lugar tão estreito, descendo a rua com uma velocidade tão grande. A segunda era uma rua paralela à nossa e era mais pelas companhias que pelo prazer de andar, correr e derrapar naquela pequena descida.

A terceira ficava na mesma rua em que morávamos, mas na parte onde não havia calçamento e as ‘carreras’ eram disputadas nos caminhos que as constantes circulações de veículos. Era uma ladeira muito grande, que assustava qualquer um que via aqueles piás descendo em dupla a toda, atingindo velocidades proibitivas, se vistas pelos pais desinformados. De saldo de aquilo tudo, os ‘responsáveis’ só viam joelhos e cotovelos eternamente esfolados.

Pra ajudar a frear a descida, lá embaixo ficavam vários pedregulhos, que paravam lá pela lei da gravidade que também exercia a sua força na colina da rua Napoleão Sbravatti. Só o que cansava mesmo era ter que subir o dia todo aquele morro estilo slalon gigante, para os entendidos de esqui na neve, para novas corridas.