segunda-feira, outubro 31, 2005

Primeiras letras, primeiros números

Durante grande parte do ano de 81, minha mãe lutava pra ensinar as lições da escola para o meu irmão e eu ficava de ‘socopes’ nas conversas e nas explicações. Como abandonara o pré, não fazia muito mais do que escutar as explicações da dona Voninha e desenhar em papéis na área educacional.

Logo eu aprendi a ler e a fazer contas sozinho. Para ler, ficava folhando as revistas e especulando pra minha mãe como eram ‘aquelas’ letras. Nas contas, meu pai ajudava e exigia. Logo passei a somar e a diminuir com até três números, ou uma centena, como aprendi mais tarde.

Em viagens de caminhão, eu chegava ao cúmulo da chatice de pedir pro seo Maneco andar com o 1113 mais devagar pra eu poder ter tempo pra ler as placas nos lados da estrada e os dizeres dos pára-choques. Com as placas dos outros caminhões ele pedia pra eu somar pra ver no que dava.

O lado ruim foi que eu aprendi a ler e escrever com letras de forma. Até hoje tenho uma letra lazarenta, principalmente sentida pela ausência das cobrinhas, caracóis, pontilhados, tracejados das cartilhas do pré e da primeira série.