terça-feira, novembro 01, 2005

Componentes de um carrinhos de rolamento

O Fefedo chegou a fazer um carrinho de rolamento por dia, pois fabricava de manhã, ficava a tarde inteira descendo uma rua, quebrava o carrinho em uma das derrapadas mais perigosas e tinha que voltar na labuta na manhã seguinte. Morávamos em um lugar propício pra fazer este tipo de arte de uma maneira particular.

Como Curitibanos era uma cidade com muitos caminhoneiros, ele usava rolamentos com embute. Embute(imbuti para a piazada) é um pedaço de borracha em forma de pneu que ficava no tirante do caminhão. Tirante é uma espécie de braço que segura o eixo de caminhões ou carretas.

Os ‘fabricantes’ de carrinho martelavam por uma meia hora o rolamento para dentro do embute, já que precisava ficar muito justo para não sair em derrapadas mais bruscas. Para se ter rolamentos, bastava ter veículo com rodas no lugar. De acordo com meu irmão, a lenda dizia que os que ele usava era de moto e corriam mais. Todas estas alegações vinham da sabedoria de crianças entre seis e dez anos e que analisavam a coisa toda.

Outra atividade bastante comum na cidade era a de madeireiro e todas as suas manufaturas. A meia quadra de casa havia uma marcenaria bem grande, que possuía um bom estoque de madeira para ser ‘aliviado’ pelos piás das redondezas. De posse de todos estes apetrechos, bastava ter um martelo e pregos. Com um pouco de cara de pidão, era só pedir pra mãe e ir comprar na mercearia do Ziro.