quinta-feira, outubro 13, 2005

A banheira

Continuando a apresentação da casa, depois deste cômodo amplo onde estávamos brincando com as cadeiras, vinha o banheiro. Era um banheiro muito amplo e tinha uma banheira. Foi a primeira vez que eu vi ao vivo um troço daqueles. Antes, só nos filmes ou em algum domingo nos trapalhões.

Tá tudo muito bem, tá tudo muito bom, mas realmente, realmente... Banheira era coisa de porco... No começo eu achei até chique, vamos tomar banho na banheira!! Mas logo eu descobri que, prum moleque legítimo de cidade pequena, que vivia andando com ou sem havaianas, sempre com os joelhos e cotovelos estourados, macaqueando em árvores e perambulando pela vida, entrar numa banheira cheia resultaria em ficar nadando na própria sujeira!

Não. Banheiras? To fora. Nada melhor que o bom e velho chuveiro, que mandava a água com a sujeira direto pro ralo.

Mas com a banheira, veio pela primeira vez a visão do espelho que todo banheiro tem. E lá fui eu imitar meu irmão e fazer cabelo moicano, apoiar-se numa das bordas da banheira, pra conseguir enxergar o resultado e ver como que ficava o estilo punk de ser. Os tombos que essa tentativa resultava fazia parte do plano divino de ficar esperto pra vida e largar mão de ser vacilão. E como eu estava tomando banho, lavou tá novo.

Corrigindo:(15:02) De acordo com meu irmão, essa não foi a minha primeira banheira mas minha quarta casa com banheira. Na verdade esta foi a derradeira vida de pequeno burguês. Depois, só decadência. A minha memória me enganou. Vai ver esta foi a primeira vez que eu podia ficar horas brincando no banheiro sem se preocupar e guardei daí minha primeira lembraça legal de brincar em banheiras. Vai saber...